"Era um coração.
Era uma casa.
Havia alguém morando ali.
Ela amava esse alguém.
Ele era bagunceiro. Deixava tudo espalhado, não cuidava da casa.
Algumas vezes organizava tudo, mas a intenção era surtar mais tarde e deixar tudo pior que antes.
As paredes estavam rabiscadas, sujas e algumas até, sem reboco.
Móveis quebrados por todos os cantos.
Lixo, muito lixo e restos de comidas.
Havia ainda, nos fundos, um pequeno quarto, desocupado.
Certa manhã, ele colocou uma placa de "aluga - se" para aquele quarto apertado.
Apareceu alguém.
Interessou - se.
Aconchegou - se e ficou.
Era cuidadoso, organizado.
O mínimo detalhe fazia toda diferença na composição final.
Quadros bonitos por todos os lados.
Texturas e cores suaves.
Daqueles que dá vontade de pedir pra ele ficar.
Inquilino dos bons.
Pediu empréstimo. Foi concedido.
Aumentou, expandiu seu espaço na casa.
E cada dia que se passava, cuidava, cada vez melhor.
Cuidava tão bem que amenizava o sumiço e a confusão do dono da grande moradia.
Às vezes ele até aparecia.
E parecia que ia cativar, ser mais organizado... Era apenas impressão...
E logo o pequeno cômodo alugado tornava - se proprietário de um chalé confortável e bem cuidado.
A propriedade inteira parecia estar a apenas um passo.
Quem sabe?
Não se sabe."
P.S.: Texto de autoria própria, em caso de uso para qualquer fim, credite.
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