sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Está preta desde já...


100 vezes Nelson - Parte III

Nesse momento ficou claro que o problema era o 'nome' do autor. Sua novela seguinte, "Sonho de amor", em 1964, seu nome aparece, mas como uma adaptação de "Tronco de Ipê", de José de Alencar. Sua última novela foi "O desconhecido".
Após ser recusada por muitas atrizes, "Toda nudez será castigada" estréia em 21 de junho de 1965 e é um grande sucesso. Os artistas aplaudidos de pé, os ingressos são disputados. Fica em cartaz por seis meses e depois sai em excussão pelo Brasil. Em três anos a peça parra pelo Rio, São Paulo, Porto Alegre e Salvador, até que é proibida em Natal - RN.
Vai para a TV Globo em 1966. No programa Noite de Gala, apresentava o quadro A cabra vadia, onde fazia entrevistas.
É chamado por Lacerda, onde é informado da criação da editora Nova Fronteira. Lacerda pede - lhe um livro e entrega - lhe um cheque de dois milhões de cruzeiros. Ele escreveu "O casamento". Quando Lacerda leu o livro, atordoou - se. Era um carnaval se incestos e perversões às vésperas de um casamento. O livro publicado pela editora Eldorado vende cerca de 8.000 exemplares nas duas primeiras semanas de Setembro de 1966, ficando empatado com "Dona flor e seus dois maridos", de Jorge Amado. É nessa época que seu irmão Mário Filho falece, o que o impede de fazer a divulgação de seu livro por um tempo. Quando reanimou - se, o livro teve sua venda proibida pelo Ministro da Justiça. A venda só volta a ser liberada em Fevereiro de 1967.
Para o Correio da Manhã escreve as suas "Memórias" que tem suas estréia no dia 18 de fevereiro de 1967 em grande estilo. É um grande êxito.
Álbum de família  que estava interditada desde 1946 só é liberada 21 anos depois, em julho de 1967, quando é encenada e, apesar do carrossel de incestos, é aplaudida de pé.
Em O Globo volta a publicar "À sobra das chuteiras imortais" "As confissões" (já que não podia usar Memórias). A primeira "Confissão" foi publicada em 04 de dezembro de 1967.
Em 1970, aos 57 anos luta para tirar da prisão alguns amigos que acabaram lá por conta do regime ditatorial. Já cansado e sentindo - se sem espaço, por conta das enfermeiras em sua casa que cuidam de sua filha (que no parto sofreu por falta de oxigenação e acabou com paralisia cerebral), resolve separar - se de Lúcia, o que ocorre sem traumas.
Logo em seguida vai morar com Maria Helena, que era 35 anos mais nova que ele.
Em 1972, seu filho Nelsinho é um dos terroristas mais procurados pelas forças armadas. É apanhado no mesmo ano. Anteriormente Nelson consegue a permissão para que ele saia do país com o então presidente, Médici. O rapaz não aceita tal privilégio. Por todo seu prestígio com os militares, o autor sempre foi muito procurado para ajudar pessoas que se viam em apuros com o regime. De 1969 a 1973 ele teve participação na localização, libertação e fuga de diversos prisioneiros acusados de crimes políticos. Após a prisão do filho, começa a batalha para encontrá - lo e mante - lo vivo, pois a tortura estava desenfreada.
Nelson escreve "Anti - Nelson Rodrigues" no fim de 1973. Em 1974, a peça tinha boa aceitação do público. Ao fazer alguns exames, é levado às pressas para São Paulo e faz uma cirurgia por conta de um aneurisma na aorta. Ao todo são duas intervenções, quase morreu. Retornou ao Rio e, apesar de terminantemente proibido pelo médico, voltou a fumar. Em abril de 1977 é internado com uma arritmia ventricular grave e nova insuficiência respiratória. Elza volta para a casa e passam a viver juntos novamente.
Escreveu sua última peça, "A serpente" em meados de 1979, pouco antes de seu filho Nelsinho iniciar uma greve de fome, com a finalidade de tornar a anistia ampla e irrestrita. No dia 23 de agosto, dia de aniversário do autor, Nelsinho é autorizado a deixar a prisão para assistir ao nascimento da filha. No dia 16 de outubro sai a liberdade condicional, mas o filho não pode ver o pai, que se encontrava inconsciente no Hospital pró - cardíaco.
Nelson Rodrigues faleceu na manhã de 21 de dezembro de 1980, um domingo. No fim daquela tarde ele faria treze pontos na loteria esportiva, em uma aposta conjunta com seu irmão Augusto e com os amigos de O Globo. Dois meses depois, Elza cumpre seu pedido, de, ainda em vida, gravar seu nome ao lado do dele na lápide, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. É só"


"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura.
Nunca fui outra coisa.
Nasci menino, hei de morrer menino.
E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica ficcionista.
Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico"


Fontes: 


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

100 vezes Nelson - Parte II

Em 1949 Nelson segue para o "Diário da noite", abandona o pseudônimo feminino Suzana Flag e parte para Myrna, agora respondendo cartas de leitoras.
Estréia Dorotéia em 07 de março de 1950. Com medo da censura, não assina o texto. A platéia dividida fica ao final, com a metade onde estavam os convidados aplaudindo efusivamente e a outra parte que sai em silêncio. A peça fica em cartaz por 13 dias.
No mesmo ano sai dos Diários Associados e fica aguardando por convites de outros jornais. No ano seguinte vai para a Última hora "A vida como ela é...". Em junho estréia uma nova peça, "Valsa n° 6", que fica 4 meses em cartaz e torna - se outra decepção para o autor.
Nelson recebe o convite de escrever uma coluna diária sobre um fato real, com o título de "Atire a primeira pedra", mas o autor sugere "A vida como ela é...". Sugestão aceita. O sucesso foi estrondoso. Em 1951 relança Suzana Flag em "O homem proibido".
A famosa frase "Toda mulher gosta de apanhar. Todas não, só as normais" Surge a partir de um caso em sua vizinhança, onde um homem cansado de tanta humilhação por parte da esposa, no meio da rua, deu -lhe uma sova cinto. Quanto mais ele batia, mais o incentivavam a bater. O espanto foi a mulher, que prostrou - se aos pés do homem aos beijos, e a partir de então, passou a desfilar de braços dados ao seu lado, toda orgulhosa.
Em 08 de julho de 1953 entra em cartaz "A falecida". Chamada de tragédia carioca, era na verdade uma comédia que foi escrita em apenas 26 dias. Lançou também na mesma época o último folhetim de Suzana Flag, "Flan".
"Senhora dos afogados"  sobe aos palcos no Rio, em 1954. Mais uma vez a platéia divide - se. Parte grita "Gênio", e outros, aos berros, "Tarado". Nelson reagem, e grita do tablado: "Burros! Burros!"
"Perdoa - me por me traíres" também tem parte censurada e sofre cortes. Trás uma surpresa na estréia: Nelson interpreta Raul. Mais uma vez as vaias e aplausos tomaram conta do mesmo espaço, e ele não se faz de rogado, rebatendo: "Burros! Zebus!". De repente, um tiro! Um vereador em questão saca uma arma e dá um tiro para amedrontar alguém que o chama de palhaço. O tumulto instaura - se. No dia seguinte, a peça é interditada de vez.
Em 13 de setembro do mesmo ano é a vez de "Viúva, porém honesta". Especula - se que nela o autor tentava atingir aos críticos da sua obra anterior.
Dercy Gonçalves estréia Dorotéia em São Paulo. Ficou um mês em cartaz. Nelson não gostava dos 'cacos' que a atriz introduziu no texto.
A próxima peça é "Os sete gatinhos" em 1958. Apesar de satirizar o presidente da época, Juscelino Kubitschek, Nelson vai até ele pedir um emprego. Consegue o cargo de tesoureiro de um instituto de aposentadorias e pensões. É reprovado em um exame de visão. Pede, então, a vaga para sua esposa. Juscelino queria agradar a Mário Filho e a nomeia.
Após cirurgia de risco para a retirada da vesícula, fica três meses sem publicar sua coluna. A manchete esportiva  fica fora do ar de Novembro de 1958 a Março de 1959.
De agosto de 1959 a Fevereiro de 1960, o público acompanha a história de Engraçadinha e sua família em "Asfalto selvagem". Foram publicados dois livros, intitulados "Engraçadinha - Seus amores e seus pecados dos doze aos dezoito" e "Engraçadinha - Depois dos trinta".
"Boca de ouro" surge novamente da junção de seus fatos cotidianos com a realidade da época, por conta de um motorista de ônibus que gabava - se por ter todos os dentes de ouro juntamente com o bicheiro do submundo carioca, Arlindo Pimenta.
Como todas as demais, a peça também sofre com a censura. É um fracasso em São Paulo. No Rio, com a troca dos atores que estrelavam o papel principal, foi um grande sucesso.
Em 1960 entrega "Um beijo no asfalto", que estava há um mês e meio em cartaz quando Jânio Quadros sai da presidência. Percorre o Brasil por cerca de 7 meses e provoca a saída de Nelson da Última Hora, pelas referências pouco positivas à imagem do jornal. Volta para  O diário da noite  com "A vida como ela é..."  e dez meses depois parte para O Globo em uma coluna esportiva.
Separa - se de Elza dois anos após conhecer Lúcia Cruz Lima. No almoço de despedida, a sua ex - esposa tenta suicidar - se.
Estreou "Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária." que ficou por 4 meses em cartaz. Só não se conforma pelo amigo Otto não ter ido assistir ao espetáculo.
Escreveu para Walter Clarck a primeira novela Brasileira, "A morte sem espelho", que ,apesar de grande elenco, não obteve sucesso por conta do horário, o das 23:30 hrs. Posteriormente passou para às 22:00 hrs. De nada adiantou. Foi convidado a encerrá - la rapidamente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O sofrimento.


100 vezes Nelson - Parte I

100 anos sem ter envelhecido - 100 anos de Nelson Rodrigues no último 23 de Agosto. Dia que marca o centenário do Shakespeare brasileiro: um grande leitor da alma humana.
Com uma extensa obra que falou de amor, futebol, política, paixão, fidelidade, infidelidade... e também um grande profeta de grandes transformações no Brasil.
O que Nelson Rodrigues faria se estivesse vivo hoje?
Essa é a pergunta que fica.
Como viveria Nelson no mundo 'atual'? Como encararia as mudanças ocorridas desde 1980, ano de sua morte?
Nascido na cidade do Recife - PE (meu conterrâneo!) em 23 de agosto de 1912. Muda - se para o Rio de Janeiro ainda na infância, com apenas 4 anos de idade.
Passou a frequentar a escola aos sete anos, e desenvolveu a leitura de forma muito rápida. Em 1920, algo marcou a infância do escritor: um concurso de redação, onde todos deveriam escrever sobre um tema livre e a melhor seria lida em voz alta, perante toda a classe. A professora quase vai ao chão com a composição do autor, que relatava a história de um adultério. "O marido chega em casa, vê a mulher nua na cama e o vulto de um homem pulando a janela e sumindo na madrugada. O marido pega uma faca e liquida a mulher. Depois ajoelha - se e pede perdão. Apesar de todo espanto causado ao corpo docente, não teriam como não reconhecer o talento do jovem.  Houve um "empate" e então a outra redação foi lida.
Presenciava muitas discussões dos pais causadas pelos ciúmes que o genitor sentia da mãe. Uma fuga para ele, foram os livros. No início, lia romances leves, mais logo foi partindo para leituras mais 'pesadas'.Os autores eram bem distintos, mas no fundo, os livros falavam de uma coisa só: A morte punindo o sexo ou o sexo punindo a morte.
O autor sentia falta do pai, muito envolvido com a política e o jornalismo. O irmão de Nelson, Mário filho, nessa época começa sua consolidação como repórter esportivo, e posteriormente é homenageado ao ter seu nome escolhido para ser o nome oficial do estádio do Maracanã.
Na segunda série do ginásio, em 1926, foi expulso do colégio batista, na Tijuca, por rebeldia. Contestava muito os professores, principalmente de português e história.
À medida que entrava na adolescência, ficava cada vez mais melancólico, mais depressivo, sentado pelos cantos e dizendo: "Eu sou triste!"
Nelson inicia sua carreira jornalística em 19 de dezembro de 1925, como repórter de polícia, ganhando 30 mil réis por mês. Tinha treze anos e meio, era muito alto e magro. Embora filho do patrão, não teve regalias e ainda comprou calças compridas para impor respeito. O jovem rapaz impressiona os colegas de trabalho pelo talento de dramatizar pequenos acontecimentos. Especializou - se em descrever pactos de morte entre namorados, tão comuns naquela época.
No dia 27 de Dezembro de 1929, vê seu irmão Roberto Rodrigues atender à mulher que havia estampado a primeira página do jornal, em um caso de desquite, e levar um tiro na altura do estômago. Nelson vê e ouve tudo aquilo. A primeira cena de violência brutal em sua frente. O seu irmão faleceu dois dias após o incidente.
Um profundo luto abateu - se sobre a família. E o escritor chorava desconsolado.
pouco mais de dois meses após a tragédia, é a vez do pai de Nelson, que sofre uma trombose cerebral . Morre dias depois,  de encefalite e hemorragia. Diante tantas desgraças em família, torna - se insuportável ali viver e mudam - se para outra casa.
A família Rodrigues tem seu segundo jornal fechado após a revolução de 1930, por apoiar Júlio Prestes e fazer críticas aos rebeldes da época. Pouco tempo depois, Mário, Nelson e Joffre vão trabalhar n"O Globo", sob o comando de Roberto Marinho.
Diagnosticado com tuberculose em 1934, segue para Campos do Jordão para tratamento. Foi a primeira da série de seis internações. A tuberculose leva seu irmão Joffre em 1936, aos 21 anos de idade.
Casa - se em 1940. No mesmo ano perde 30% da visão em sequela da tuberculose.
Por dificuldades financeiras, começa a escrever teatro. Sua primeira peça, "A mulher sem pecado"  entra em cena após muita insistência e luta. A repercussão do público foi quase nenhuma, mas lhe rendeu bons elogios de críticos da época.
Em Janeiro de 1943, escreveu "Vestido de noiva"  e enviou - a aos amigos. Um dos que receberam foi Manuel Bandeira. Apesar das inúmeras críticas positivas, não conseguia encená -la. Um diretor polonês agrada - se e resolve investir. Após oito meses de ensaios diários, finalmente no dia da estréia, o teatro está lotado, e ao fim, os atores agradecem ao público em meio a uma enxurrada de aplausos.Nelson não é visto por ninguém. Estava no camarote, lutando contra a dor de uma úlcera. Justifica - se dizendo que sentiu - se "um marginal da própria glória".
Em 1944 recebe a proposta de tornar - se diretor de Detetive e de O Guri. Aceita. Nessa mesma época escreve dois folhetins: Suzana Flag e Meu destino é pecar. Devido ao sucesso, logo após o lançamento de duas edições especiais do mesmo, lança Escravas do amor.
Nelson escreve "Álbum de família", reprovada pela censura em 1946. As opiniões dividiram - se a respeito do rumo da peça. Acabou que mesmo por proibida, sendo liberada apenas em 1965 e chegando aos palcos pela primeira vez em 1967.
"Anjo Negro" foi outro sucesso de publicação, mas não menos polêmico. Estreou em 1948 e permitiu a Nelson a aquisição de sua casa própria. "Senhora dos afogados"  também é proibida em 1948. Com duas peças interditadas, acaba por escrever "Dorotéia", considerada por muitos sua obra prima teatral.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Assim são...


A metamorfose ou os insetos interiores ou o processo
Composição: Fernando Anitelli
O teatro mágico

"Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
De qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos variadas raízes radicais,
Ramificações das célula rainha.
Desprovidos de asas, nem voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam - se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
Repousam - se no lodo.
Lactobacilos vomitados sonhando espermatozoides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega - se de maestra -los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
Das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa: A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Nãos reproduzem. São inférteis, infiéis, infertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas, 
Cortam os troncos,
Urinam nos rios, e nas somas dos desagravos greves e desapegos,
Esquecem - se de si.
Pontuam - se.
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam  - se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: O que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada, o que parece bem visto e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam - se no holocausto da subserviência.
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo,
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro,
Caem.
Desacordam todos os dias.
Não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam. Não alma. Já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

The lord of the rings.


"- Desespero ou tolice? - Disse Gandalf - Desespero não, pois o desespero
é para aqueles que enxergam o fim como um fato consumado.
Não, não. É sábio reconhecer a necessidade, quando todas as
outras soluções já foram ponderadas, 
embora possa parecer tolice para aqueles que têm falsas esperanças.
Bem, que a tolice seja nosso disfarce, um véu diante dos olhos do inimigo!
Pois ele é muito sábio, e pondera todas as coisas com exatidão,
nas balanças de sua malícia.
Mas a única medida que conhece é o desejo, desejo de poder, e assim julga que são todos os corações.
Seu coração não cogita a possibilidade de qualquer um recusá - lo;
de que, tendo o Anel em mãos, vamos procurar destruí - lo.
Se tentarmos fazer isso, vamos despistá -lo.
- Pelo menos por um tempo - Disse Elrond - A estrada deve ser percorrida, mas será muito difícil.
E nem a força nem a sabedoria nos levarão muito longe, 
caminhando por ela.
Essa busca deve ser empreendida pelos fracos com a mesma esperança dos fortes.
Mas é sempre assim o curso dos fracos que movem as rodas do mundo:
as mãos pequenas os realizam porque precisam,
enquanto os olhos dos grandes estão voltados para outros lugares."

- O Senhor dos Anéis, A sociedade do Anel.
Livro III - O conselho de Elrond, página 285.

Bem amargo e forte.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

As formas do amor.

Pra mim as músicas com referências à bissexualidade apareceram efetivamente quando "I kissed a girl", da Katy Perry tornou - se sucesso, mas isso não significa que foi o marco inicial, eu apenas não tinha me dado conta...
Esses dias, em meio a uma calorosa discussão a respeito de verdadeiras pérolas de grandes compositores Brasileiros (isso não foi uma ironia), ele me mostra Flor da idade, de Chico Buarque. Ok, nenhuma surpresa, a não ser o fato da atenção no refrão cantado de forma rápida que não nos deixa perceber que a 'quadrilha' em si é muito mais enrolada do que a escrita por Carlos Drummond de Andrade.
A quadrilha de Carlos é linear, enquanto a de Chico retrata a descoberta da sexualidade pelos jovens e faz com que a sua dança dê voltas e mais voltas, num bailar infinito...
Outra diferença é que o primeiro mostra o desfecho dos personagens, enquanto o outro nada diz a respeito...
Há quem fale que há uma clara menção ao incesto, mas isso eu deixo ao critério do leitor.
Vamos conferir?

A quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

"João amava Teresa que amava Raimundo
Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para um convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou - se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história.


Flor da idade
Composição: Chico Buarque
Chico Buarque.

"A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria.
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia.
A porta dela não tem tramela,
A janela é sem gelosia.
Nem desconfia...
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor...
N hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família.
A armadilha.
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha.
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha.
Que maravilha.
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor.
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua.
A gente sua.
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua.
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua.
E continua.
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor...
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa
Que amava Paulo que amava Juca que ama Dora que amava...
Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita
Que amava dito que amava Rita que amava...
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto
Que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda quadrilha!
Que amava toda quadrilha!"

Quer ouvir? Já sabe, é só clicar!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

I don't miss you.

Eu sonhava com ele...
De cabelos negros, não tão curtos, o suficiente para serem pretensiosamente desgrenhados.
Sorriso torto acolhedor, profano, misterioso, místico.
Olhos tão profundos quanto os mares gregos, nos quais eu poderia me perder sem medo de afogar.
Pele pálida, translúcida, que arde ao mais sutil toque da luz solar.
De estatura que me permitisse afundar o rosto em seu peito e inalar o aroma de um homem de óculos e orgulho de ter vasto conhecimento literário em grandes nomes como Rimbaud, Baudelaire, Lord Byron, Tolstoi, Nietzsche, Goethe, Wilde aos quais pretendia igualar-se um dia, mas que sabia reconhecer o talento e admirar grandes escritoras, tais quais Clarice, Cecília, Rachel, Virginia, Katherine, Florbela...
Que fizesse do café a sua maior droga.
Amasse gatos, fosse fiel aos cães.
Preferisse uma noite regada à Laranja Mecânica e até aqueles filmes estilo documentário ou com papel social patrocinados pela Petrobrás à festas abarrotadas de gente, com música alta, cheiro de álcool e sexo casual.
Que parasse tudo pela boa música de Chico, Tom ou Vinícius. Que refletisse enquanto a sinfonia embalava seus pensamentos. Neles, com certeza, estaria incluído o seu velho cigarro mental.
Que não dispensasse uma dose de conhaque, AC/DC, Bom Jovi, Aerosmith ou U2.
Poderia odiar física, mas se interessaria sobre a provável descoberta do Bóson de Higgs.
Seria homem de elogios sutis. Seria atencioso com as particularidades.
Aceitaria - me mesmo sendo de um clã inimigo de vampiros no RPG.
E diante de tanta conexão, nós viveríamos uma paixão sem precedentes.
A combustão imediata, segue consumindo tudo que vê pela frente. Queima, assim como nossos corações quando se aproximam.
Seria tanto e nós nunca satisfeitos com o que tínhamos, buscaríamos sempre mais e mais e mais até que tudo se extinguisse.
Acabado, nada mais pra ser devorado pelo nosso ardor.
A paixão sucumbiu à overdose e morreu de inanição.
Arrumaríamos nossas gavetas. Nossas coisas. Nossos corações.
E nada nele causaria os mesmos efeitos de antes. Borboletas não voariam desvairadas em meu estômago.
Era o fim pra ele também.
Ele seria perfeito pra mim em todos os gestos repetitivos. Sempre a mesma ação, sempre concordando, sempre consentindo. Cansaríamos um do outro.
Ele iria embora e eu não sentiria completamente nada, a não ser o aperto no peito comum de despedidas
E o que era tão pra sempre, virou: "Até um dia, quem sabe!".
E quando eu acordei desse devaneio que tive, percebi que o encanto está no que não se pode prever, no inimaginado.
Está na espontaneidade que só tem quem quer estar perto por admirar o que nunca viu em alguém, o que é único e o que traz discordâncias e divergências a serem discutidas.
Então se o cara dos meus sonhos aparecer , hei de sair correndo até a próxima esquina o mais rápido que puder!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Contra dor.


Sorrisos de segunda - feira.

Dizem que a segunda - feira é o dia mais propício para se acordar de mau humor, pra ser infeliz.
E em partes, até é. A segunda - feira pode ser o dia chato que interrompe um fim de semana maravilhoso ou que vem entediar o que nem foi bom.
O segundo dia mais comentado da semana (que só perde pra tão glorificada - por grande maioria - sexta - feira) marca início de dietas, promessas, estudos...
Nossa forma de encará - la fará com que seja o que quisermos.
Gosto de vê - la com os olhos de criança que perde - se no calendário e não faz diferença entre quartas e sábados, sabendo que todo dia pode ser único e especial, dependendo do que  nele faça.
Por que o que corrói não é um dia, e sim o que tens por dentro. O universo devolve o que nele é depositado.
A primeira aula da segunda - feira é chata ou integrais não são tão saborosos quanto os tradicionais nessa sua perspectiva automática. O céu não é nublado como você vê em todas as partes do mundo. Falta boa vontade para uma boa segunda - feira, a tão odiada!
Para conquistar o afeto dos dias que compõem a semana, mude! Ficar emburrado de nada adianta, a vida segue!
É preciso sorrir, mostrar os dentes, apertar os olhos, sentir as energias fluindo pelo corpo e dizer do fundo da alma um glorioso "bom dia!" e não há dia que não sorria pra você!

domingo, 19 de agosto de 2012

Marinhos...


Vento no litoral.
Composição:  Dado Villa Lobos/ Renato Russo.
Legião Urbana.

"De tarde quero descansar.
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte,
E vai ser bom subir nas pedras.
Sei que faço isso pra esquecer.
Eu deixo a onda me acertar, 
E o vento vai levando tudo embora...
Agora está tão longe.
Ver a linha do horizonte me distrai...
Dos nossos planos é que tenho mais saudade.
Quando olhávamos juntos na mesma direção.
Aonde está você 
Além de aqui, dentro de mim?
Agimos certo sem querer,
Foi só o tempo que errou.
Vai ser difícil sem você, 
Por que você está comigo o tempo todo.
E quando vejo o mar, existe algo que diz
Que a vida continua e se entregar é uma bobagem.
Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim.
Quero ser feliz ao menos.
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Olhá só o que eu achei...
Cavalos - marinhos....
Sei que faço isso pra esquecer. 
Eu deixo a onda me acertar,
E o vento vai levando tudo embora...


Dedico à você, minha querida Adriana.
Aonde quer que esteja, estará brilhando como as estrelas do vasto manto azul.

No céu mais límpido e puro.


sábado, 18 de agosto de 2012

Só se for de alegria.

Com suas doces palavras ele continua me encantando, como um mantra diário para a felicidade.
E sempre que me recordo dele, a verdadeira alegria me invade.
Não lembro bem de suas feições, mas a paz transmitida através de dois folhetos de papel são indizíveis.
Fico verdadeiramente lisonjeada por ser escolhida como tantos outros, por receber o que é de uma delicadeza que já não se encontra.
O céu azul numa tarde de adivinhação de nuvens com os versos ecoando em minha mente são a sinfonia perfeita da amplitude da vida. De ser um grão de areia diante do universo.
Deixo Thiago Oliveira, um bardo falar com toda maestria dos que extraem o elixir mais puro que se pode beber da existência.


Volume 8 -Sobre os ciclos e os organismos.


"O meu ponto distante na estrada
Preso aos dias da gente daqui.
O meu tempo medido e atado
Ao sol único de milhares de manhãs.

Tecemos juntos a mesma estampa
Rumo ao auge que se foi despercebido.
Onde todo abismo agora é raso
E todo choro agora é riso."


Fly.

"Agora sou lagarta em casulo.
Eu me preservo sim. Sempre que uma coisa muda em meu interior, me fecho, retraio.
Metamorfoses são assim: Eu me viro do averso, saio de dentro mim, algumas coisas eu finjo que esqueço, outras lembrar faz bem...
Reorganizo a estrutura, aqueço a imaginação. Seres, fadas, cores vão saindo do fundo do pote e povoam a fantasia de quem precisa de sonhos pra se recompor.
Busco simbioses, comensalismos, trocas, escambos de afeto, de detalhes para aquecer o coração.
No meu casulo completo, busco o que me busque, o que me espera, pois antes da primavera hei de sair borboleta."

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Shining bright.


De olhos bem abertos...

"E eu sentia uma pontada de loucura quando pensava no quanto gostava de atravessar faixas de pedestres lotadas.
Ali - no clássico preto e branco - tantas vidas interceptavam - se...
Pessoas de mais variados nomes, gostos, rostos, formas, problemas e etnias.
Pessoas que por algum motivo faziam uso do seu direito de ir e vir num dia que poderia ser outro qualquer.
E então eu tentava invadir - lhes a mente.
No que pensavam? Será que tinham muitas preocupações? Quais eram seus destinos?
Ainda haveria esperança de começos ou tristeza de finais em seus corações? Alguém daquele grupo de pedestres alcançou a felicidade?
E a mente por aí vaga por centenas de sentenças...
Quantas pessoas morreram enquanto meus dedos pinotam as teclas que fazem surgir letras em frente a mim? Quantos beijos foram dados? E os bebês, será que pararam de nascer só por que penso em seus nascimentos?
"Que menina tola e com questionamentos tolos!" Conclui agora.
Mas a verdade é que minha mente é um formigueiro e a cada momento, a cada novo sopro de ideia, cenas cinematográficas surgem diante dos meus olhos sem que o mundo possa enxergar.
Minha mãe me chama sonhadora, e talvez eu seja mesmo, por que um mundo sem sonhos deve ser escuro e vazio"

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Eternamente (É ter na mente).

É árduo não lembrar, não pensar em você todos os dias, e mais difícil ainda manter todas as coisas organizadas dentro de mim.
Por muita vezes você foi a minha força, o meu apoio e minhas virtudes.
Você me mostrou o caminho, me indicou a luz quando eu não conseguia enxergar, mas você se foi, e eu tive que aprender a caminhar sozinha.
A única certeza que tenho é a que toda vez que olhar para o céu estrelado, você estará lá, sempre brilhando, expandindo sua luz, radiante como de costume.
Eu sinto sua falta.

Hear me you
Composição: Indisponível
jimmy Eat Word

"Não há ninguém na cidade que eu conheça,
Você nos deu algum lugar para ir.
Eu nunca te agradeci por isso.
Eu pensei que eu poderia ter mais uma chance.
Então, o que você pensaria de mim agora,
Tão sortuda, tão forte, tão orgulhosa?
Eu nunca te agradeci por isso,
Agora eu nunca terei a chance.
Que os anjos possam te conduzir,
Ouçam - me meus amigos.
Nas estradas sem sono, o sono vai embora.
Que os anjos possam te conduzir.
Então, o que você pensaria de mim agora,
Tão sortuda, tão forte, tão orgulhosa?
Eu nunca te agradeci por isso,
Agora eu nunca terei a chance.
Que os anjos possam te conduzir,
Ouçam - me meus amigos.
Nas estradas sem sono, o sono vai embora.
Que os anjos possam te conduzir.
E se você estivesse comigo esta noite,
Eu cantaria pra você só mais uma vez.
Uma canção para um coração tão grande.
Deus não pode deixá - la viva.
Eu nunca te agradeci por isso,
Agora eu nunca terei a chance.
Que os anjos possam te conduzir,
Ouçam - me meus amigos.
Nas estradas sem sono, o sono vai embora.
Que os anjos possam te conduzir.
Que os anjos possam te conduzir.
Ouçam - me meus amigos.
Nas estradas sem sono, o sono vai embora.
Que os anjos possam te conduzir.

Pra ouvir, clica.



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Receita para ser mais feliz!

C'est la vie!

Bem, hoje o que me faz parar por aqui é uma bela canção. Uma canção que me traz bons sentimentos, sentimentos 'azuis'.
Que me lembra felicidade, praia (apesar de não ser lá muito adepta), amor, aconchego mesmo.
E pra melhorar ainda mais a situação, essa bela canção ainda foi composta por um ilustre conterrâneo, e posso dizer que provavelmente ninguém a interpretaria de maneira mais suave que o próprio: Alceu Valença!
Há algum tempo fui pesquisar um pouco sobre a incógnita que projeta - se na letra da música?
Quem seria a tal moça dos olhos anil? Quem é essa que foi considerada por ele a mais bela de toda cidade? Quem é a merecedora de tal blues?
Existem várias versões, que remetem desde Brigitte Bardot, passando por "foi pra minha mãe" até chegar no filme Belle du jour (para saber um pouco mais, clique!).
A verdade é que só o próprio Alceu saberá o que foi que aconteceu... Mas enquanto isso dá pra se divertir com a imaginação fértil das pessoas aqui.

La belle du jour.
Composição: Alceu Valença.
Auceu Valença.

"Eu lembro da moça bonita da praia de Boa Viagem.
E a moça no meio da tarde de um domingo azul.
Azul, era Belle du jour, era a bela da tarde.
Seu olhos azuis como a tarde,
Na tarde de um domingo azul.
La belle du jour!
Belle du jour!
Oh, oh!
Belle du jour!
La belle du jour era a moça mais linda de toda cidade,
E foi justamente pra ela que eu escrevi o meu primeiro blues.
Mas belle du jour no azul viajava.
Seus olhos azuis como a tarde,
Na tarde de um domingo azul.
La belle du jour!"

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Estamos com fome de amor.

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão".  Pretensiosamente eu digo que assino embaixo sem dúvida alguma.
Parem para notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas com garotas lindas, com roupas cada vez mais micro e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas.
Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram o sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homens para dançar com elas em bailes, os novíssimos personal - dance, incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil. Alguém duvida?
Estamos com carência é de andar de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão apenas dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos na marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamo - nos máquinas e agora estamos despreparados por não saber como voltar a sentir, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que eu estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!" 
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos e envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, para chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar a verdade de cara limpa. Todo mundo quer alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô, gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, pague mico, saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e casa instante que vai embora não volta.
(Estou muito brega!) Aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca nunca mais volte a vê - la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele, e se é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada, o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que não posso me aventurar a dizer pra alguém: "Vamos ter bons ou maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!

(Arnaldo Jabor)