quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Anjo De Gesso.

"E certo dia pegou - se pensando no que seria o amor.
Nada sabia, só enxergava e ouvia.
Cartas apaixonadas, "eus" te amo ao fim de telefonemas, nada mais...
O que diabos era isso de que tanto se falava?
Resolveu perguntar.
Confundiu - se, complicou - se.
Seria possível existir o sentimento descrito, que estonteava, fazia o coração disparar e despertava borboletas no estômago?
Definições abstratas, vazias, que não pareciam creditar todo encanto que já era imaginado.
Chegou até a acreditar que o amor não passava de uma mentira que foi inventada para uma simples demonstração de superioridade, por uma leve inquietação no peito, e assim, a mentira se espalhou, tentando os outros estarem no mesmo patamar emocional.
Desistiu.
Então ele existiu.
Olhou - a nos olhos, sorriu e desfez - se em brincadeiras.
No início, ela não entendeu nada.
E até hoje, ainda não o conseguiu.
Enquanto ele ria, mandava -lhe beijos e vinha abraçá - la, ela mostrava - se irritada. A raiva transparecia em seus olhos límpidos.
Não, não era raiva. Talvez algum problema no coração - Que disparava - junto com um desconforto intestinal - A barriga gelava e ao mesmo tempo fogos de artifício explodiam, deixando - a nervosa.
O que estaria acontecendo? Toda vez que o via, a agonia repetia - se.
Mal podia esperar para encontrá -lo e ao mesmo tempo, esconder - se, pois já não poderia encará - lo fixamente.
O espiava pelos cantos, procurava mantê - lo sob seus olhos, que deliciava - se ao vê - lo sorrir.
Desejou - o em segredo.
Quando as noites chegavam, trancava - se em seu quarto e não o tirava da cabeça, fazendo assim que toda sua mente fosse direcionada a ele, e tudo isso desencadeava em sonhos com o ser intocável.
Recusava - se a admitir, mas nessa batalha interna, perdeu para si mesma.
Então era aquilo, era assim...
O amor existia.
A amizade entre ambos ultrapassou as brincadeiras.
A cada dia que se passava, ele conseguia fasciná -la cada vez mais.
Preferiu manter - se em silêncio.
Meses sucederam -se, já não sabia como agir, tornava - se cada vez mais difícil esconder.
Os mais simples gestos por ele realizados, faziam - na ofegante.
Encontrava - se em um beco sem saída.
Suas emoções a dominaram e já não mais precisava mantê -lo em seus pensamentos, pois lá, era sua moradia.
Tornava - se lembrança real em seus sonhos, mas quando despertava e olhava - o a face, notava que o que era captado pelos olhos e absorvido por sua mente, não faziam jus aos seus traços perfeitos, moldados e esculpidos em carne humana."


P.S.: Texto de autoria própria, em caso de uso para qualquer fim, credite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário