segunda-feira, 2 de julho de 2012

Once upon a time...

Uma das esperas mais longas que se pode ter na vida é a espera pelo príncipe.
Algumas, de tanto esperar, desacreditam, e assim a vida deixa de ser um conto de fadas. Chega de abóboras, sonos de cem anos, maçãs envenenadas e bailes.
Os grandes amores já são motivo de piada, por que homem de carne e osso não perde seu tempo atrás de você na chuva.
E o cavalo branco? Já morreu de velhice, o coitado...
Onde havia o encantado, agora resta o que satisfaz - se com várias, pois uma não pode ser boa o suficiente.
Importam - se apenas com seus próprios umbigos. Não fazem convites, não demonstram expectativas futuras, não ligam no dia seguinte, nem no outro, nem no outro, ou no outro...
Ela, afogando as mágoas no copo, continua perdendo seus sapatos, que provavelmente ninguém vai achar.
O amor próprio toma conta, tentado aliviar o vazio. Será mesmo a incapacidade de amar?
E cada vez é preciso mais e mais para que consiga encarar a situação.
Usar por uma noite, e depois? Ah, depois que se dane, já que agora ela paga na mesma moeda.
Mas algo não mudou por dentro: Filmes ainda a fazem chorar. Beijos apaixonados fazem - na acreditar no fundo, bem lá no fundo, que um dia irá encontrar alguém que será diferente de todos.
Há algo adormecido dentro da princesa que renegou sua tiara, desceu da torre e não aceitou seus sentimentos.
Ela correu o quanto pode, mas não conseguiu desvencilhar - se do amor, pois esse nunca foi arrancado do peito dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário