segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tão...

Cinema Americano
Composição: Rodrigo Bittencourt
Thaís Gulin


"Tão homem, tão bruto, tão coca - cola, nego.
Tão Rock 'n'  Roll
Tão bomba atômica, tão amedrontado. 
Tão burro, tão desesperado.
Tão jeans, tão centro, tão cabeceira, tão Deus.
Tão raiva, tão guerra, tanto comando e adeus.
Tão indústria, tão nosso, tão falso.
Tão papai Noel.
Tão Oscar, tão triste, tão chato.
Tão ONU e Nobel.
Tão hot dog, tão câncer social, tão Narciso.
Tão quadrado, tão fundamental.
Tão bom, tão lindo, tão livre.
Tão Nova Iorque.
Tão grana, tão macho, tão western.
Tão Ibope.
Racistas, paternalistas, acionistas...
Prefiro nossos sambistas.
A ponte de safena, Hollywood e o sucesso.
O cinema, a casa branca, a frigideira e o sucesso.
A Barra da Tijuca, Hollywood e o sucesso.
Prefiro nossos sambistas.
Prefiro o poeta pálido, anti - homem, que ri, que chora.
Que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil, que te adora.
Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol, 
Mas que joga sua pelada todo Domingo debaixo do sol.
Prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano, ouvir Mano Chao.
Não que Slayer não seja legal e visceral.
A expressão do macho americano é normal.
Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural.
É preciso mais do que um soco pra se fazer um som, um homem, um filme.
É preciso seu amor, seu feminino, seu suingue.
Pra ser bom de cama é preciso muito mais que um pau grande.
É preciso ser macho, ser fêmea, ser elegante...
Prefiro nossos sambistas..."

Quer ouvir? Clica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário