sábado, 5 de maio de 2012

... Não é a Mesma Que Tocou Na Sua Partida.

"[...] Levanta - se.
Recolhe o objeto arremessado, verificando - o.
'Não pode ser, não pode ser', tenta convencer - se.
Nada surte efeito.
Os minutos seguem - se, e os passos que atravessam a casa são constantes.
Laços cortados.
Vidas inconsequentes.
Uma nova cisma.
"Meu trapézio balançando lento, preso bem lá no firmamento, e eu tentando me equilibrar.", anuncia uma nova chamada no pequeno aparelho.
A razão grita para que não deslize o dedo sobre a tela.
A emoção faz com que, num ato de desespero, com o coração dando voltas pelo corpo, a outra voz possa ouvir e ser ouvida.
São apenas um pedido de desculpas e longos segundos.
A voz é falha. As mãos são trêmulas.
Os pés formigam.
O estômago revira.
A visão é turva.
Tudo que não deveria acontecer, acontece.
Percebe que está perdida.
Desligou. Acabou.
O nó na garganta permanece, junto com o choro incontido.
Minutos se passam.
Agora a agonia é interrompida por um som suave.
O coração volta a beira de um colapso.
Chegou o marasmo.
Já passou, já passou.
Não passou.
Por dentro, algo nunca se modifica.
E o que fica é tão sólido e afiado quanto lâmina de diamante.
Conviva com seus restos e seja feliz, olhos brilhantes."
E assim como deveria ser, aquele dia e nunca mais...
Como imaginava que seria? Talvez.

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