quarta-feira, 9 de maio de 2012

Querido Romeu...

"E o grande culpado da minha crença no amor  verdadeiro é meu avó.
Quando criança, sempre me punha no colo e lia - me contos de fadas...
Fazia - me acreditar na fascinação do fim das histórias, que o tão repetido "e foram felizes para sempre" transpunha as páginas e se concretizavam  na realidade.
Seu rosto iluminava - se ao ver meus olhos flamejarem na curiosidade da próxima palavra.
Semeava a aspiração ao amor romântico em mim, dia após dia.
Contudo, esqueceu - se de mencionar que as palavras escritas com tinta fixam - se no papel, e apenas um novo pode mudar o que fora escrito, e que o tempo passa, corre solto com apenas o virar da página.
Na minha realidade, ele vem arrastando - se apático, como o sol de verão à pino, e minha única felicidade é a brisa quente que acaricia o meu rosto como as ondas brancas que beijam a praia.
"E" e "Se" são palavras que por si não apresentam nenhuma ameaça, mas se postas juntas, lado a lado, elas tem o poder de assombrar a vida toda...
E se... E se... E se...
Possibilidades, não realizações, questionamentos, perguntas...
O que haverá de mais perturbador?
Prometi a mim mesma e ao meu avô que quando o encontrasse, não me entregaria à covardia na qual abandonaste a tua Julieta...
E foi isso que eu fiz um dia.
Tomei conduções, fiz escolhas dentro delas.
Pensei em voltar satisfeita, mas questionando - me sobre o que aconteceria se agisse de contra as expectativas.
Pensei em me surpreender e correr o risco, apostar todas as minhas fichas.
O que sempre pulsou mais forte foi o coração guerreiro, e não a rendição.
Não fui covarde.
A sorte foi lançada.
O amor de Julieta ainda permanece em mim."

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