terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Apêndice.


Sentia - me um anexo daquele amor.
E o nutria.
Minha única razão de existir era o sentimento ao qual me encontrava acoplada.
Suprimia minhas vontades por aquele amor.
Como anexo, minha função era alimentar, ser comburente, e mais nada.
Mas então, do dia pra noite, ele começou a doer.
E como incomodava...
Queimava, ardia, arranhava.
Não era natural...
Fui ao médico. 
Diagnosticou. Apendicite cordial.
Recomendou: livre - se o quanto antes. Retire - o.
Viverá novamente. Normalmente.
O ser lato era eu, imersa no topor desse sentimento.
Agarrei - o. Puxei. Desprendi. Libertei - me.
Latejou.
A cicatriz deixada incomodava quando estava frio. Sentia falta de algo que me já não estava.
Os dias se passaram... O frio foi embora.
O verão acalentou meu coração, aqueceu.
O desespero inicial passou, mas os sentimentos nunca mais foram os mesmos.


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