sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ninguém copia. Ninguém leva. Ninguém divide.

Textos, frases e fragmentos de uma de minhas autoras favoritas (e Brasileira!), além de roteirista da melhor série nacional em minha opinião (Aline) da atualidade: Tati Bernardi.

"(...) Eu nunca vou entender por que a gente volta pra casa querendo ser de alguém, ainda que ainda a gente esteja ao lado do outro. Eu nunca vou entender por que você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.
Mas aí, daqui uns dias... você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre. Querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E e vou topar. Não por que seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas por que você me lembra o mistério da vida. Simplesmente por que é assim que a gente faz com a nossa própria existência: Não entendemos nada, mas continuamos insistindo."


"(...) Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade de ser permanente...
Recordei de amigos e parentes distantes, aqueles que eu sempre deixo para depois porque moram muito longe ou acabaram se transformando em pessoas muito diferentes de mim. Sempre penso: "mês que vem faço contato com eles." E se não tiver mês que vem...?"


"(...) Minha vontade é que ele me perguntasse se eu quero um pouco de chá gelado e se eu gostaria de ver um dos seus filmes estirada nas grandes almofadas... Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo como se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade. Como é que se ama sem amor? Como é que se entrega de dentro de uma prisão? Nunca soube...
...Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor...
Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro...
Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor."


"(...) Os grande amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção , mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide.
Eles não sabem fugir para o lado sagrado do peito, eles não sabem dormir num lençol branco e puro e sonhar com tudo o que é bom na vida. 
Eles não sabem abraçar um amigo de verdade e encontrar um grande amor."


"(...) Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei tanta banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, que não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.  
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.
... Não sinto saudade do seu amor. Ele nunca existiu. Nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu...
...Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na tua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado.
Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças.
Eu não mandava no que sentia por você. Não aceitava. Não queria, e ainda assim era inundada diariamente por uma vida trezentas maior que a minha. 
Eu te amava por causa da vida, e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza...
... Sinto falta de quando a imensa distância ainda não em deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos.
Sinto falta de lembrar que você me via tanto, mas preferia fazer que não via nada.
Sinto falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Prometi tentar não entender e apenas sentir. Sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber as suas coxas, a pele lisa, o joelho,a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras.
Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."


"(...) Amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da humanidade inteira. Amar dói tanto que não dói mais, como toda dor que de tão insuportável produz anestesia própria."

Nenhum comentário:

Postar um comentário