segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Just Another...

Começo o post, que provavelmente será bem longo, por que trata - se de um desabafo seguido de música. Não é comum que eu faça um post cheio de imagens, mas não tive como escolher apenas uma, então...
Dias difíceis, com nuvens nebulosas vinham chegando.
Há tempos eu vinha tentando ignorá - los, fingir que era apenas uma má fase e logo passaria, como muita coisa passou durante longos e tortuosos anos, cheios de altos e baixos, mas que no fim, tudo ficava bem...
Sinto dizer que fui surpreendida e atingida por uma onda que acabou por me fazer bater a cabeça e o peito, fazendo com que a trava de segurança que mantem as piores dores que já experimentei exiladas em um compartimento fosse aberta.
Digo que bati ambos por que ainda não consigo identificar a origem do problema, se ele encontra - se concentrado no centro das emoções racionais ou na reserva de sentimentos transtornados.
São dias que trazem consigo uma essência vazia, de sorrisos nos lábios, mas de olhos que não acompanham.
Olhos que, em outras ocasiões foram descritos de forma surpreendente. Que se fecharam ao toque de lábios macios.
Olhos ditos inesquecíveis, mas que simplesmente foram apagados num vislumbre para o outro lado da rua, talvez.
Olhos que hoje despejam dores na sua forma mais pura e concretam, mesmo ainda não estando habilitados a assumirem tal papel.
Agonia, angústia que marcam a pele com longas manchas pretas através das bochechas.


E não adianta questionar mais. É desperdício de tempo. Palavras não podem mudar nada, e nesse caso, nem devem, por que é nítido que a estima depositada sobre mim é zero.
O que me surpreende é que no meio de um marasmo, a ressaca atinge e o barco vira de vez.
Mas temos que lembrar que não podemos passar por cima dos sentimentos de ninguém. 
Calma aí. E os MEUS sentimentos? Eles não contam? 
Eu sou um alien, tive o coração removido ou sou feita de pedra e ninguém me avisou?
A minha maior vontade é quebrar um especifico coração como eu tive o meu retalhado. Porém, como eu não poderia deixar de ser burra, noventa por cento de mim entra em conflito com essa parte vingativa que se aloja na amargura e me impede de pronunciar uma palavra que possa afetar um músculo vivo e pulsante, do qual queria cuidar, mesmo que não fosse de forma direta. 


Mais uma vez conseguiram provar que essa função não pode ser realizada por mim com dignidade.
Por que lágrimas e humilhação tornam a cena mais interessante junto com uma carinha de bravo, diríamos que, irresistível e uma voz carregada de palavras cortantes.
É, só alfinetando mesmo pra poder aliviar tudo o que vive preso e eu tenho vontade de gritar.
E se não quiser falar de vez, vai fazer alguma diferença? Se é que alguma vez chegou a fazer diferença o meu silêncio.
É até melhor, por que até eu sempre achei minha voz estridente e meus assuntos totalmente dispensáveis.
Mas na verdade, ninguém sai mais ferido e machucado que eu, velha soldada nesta batalha de causa perdida, que mesmo assim insiste em enxergar uma minúscula luz no fim de um túnel aparentemente sem fim, entretanto que parece ter apresentado o último ato e sua faceta final.


Disso tudo me sobram gavetas reviradas, na incansável busca de que haja esperança para um futuro em algum lugarzinho, encolhida, toda remendada, tremendo de medo de um coração que insiste em brincar de peteca com a pobre que dizem ser a última a morrer.
E se eu achar, devo jogá - la nos ventos do destino e esperar respostas ou escondê - la entre as mãos e depois procurar um local seguro e aquecido?
Eu simplesmente não sei o que fazer. 
Meu coração me diz pra fazer loucuras, contanto que eu consiga recuperar um tempo que parece estar extinto, enquanto a mente grita para seguir em frente e parar de esmurrar facas,
Eu confio em Deus e sua vontade será cumprida, apenas isso. É o mais coerente.


Às vezes me questiono se terei forças o suficiente para livrar - me, e a resposta ainda vem em forma de não.
Minhas, ou melhor, nossas músicas vão me acompanhar por todos o trajeto.
Todas aquelas que eu não escrevi, mas mesmo assim dediquei a você.
Aquelas que contam histórias tristes de amores impossíveis, aquelas que me levam até você e me fazem sua garota novamente.
Existem também os contos de fadas cantados, que doem e incomodam pelo fato de nunca poder vivê - los...
"Dear God, the only thing I ask of you is to hold him when I'm not around, when it's much too far away..."
Essa música do Avenged Sevenfold representa muito para mim, porém não mais que a que eu vos apresento agora.


Verão após o ensino médio, quando nos conhecemos.
Nos beijamos no seu Mustang, ouvindo Radiohead.
E no meu aniversário de 18 anos, fizemos tatuagens iguais.
Costumávamos roubar licor dos seus pais e subir no telhado.
Falar sobre o futuro como se tivéssemos uma pista.
(Soubéssemos de algo.)
Nunca planejei que um dia eu estaria perdendo você.


Em outra vida, eu seria sua garota.
Nós manteríamos todas as nossas promessas.
Seríamos nós contra o mundo.
Em outra vida, eu faria você ficar.
Então, eu não teria que dizer que você é aquele que se foi.
Aquele que se foi.


Eu era June e você meu Johnny Cash.
Nunca um sem o outro, nós fizemos um pacto.
Às vezes quando eu sinto a sua falta, coloco aquelas músicas para tocar.
Alguém disse que você removeu sua tatuagem.
Te vi no centro, cantando Blues.
É hora de encarar a música: Eu não sou mais sua musa.


Em outra vida, eu seria sua garota.
Nós manteríamos todas as nossas promessas.
Seríamos nós contra o mundo.
Em outra vida, eu faria você ficar.
Então, eu não teria que dizer que você é aquele que se foi.
Aquele que se foi.



Aquele...
Aquele...
Aquele...
Aquele que se foi.


Todo esse dinheiro não pode comprar - me uma máquina do tempo... Não...
Não posso substituí - lo com um milhão de anéis... Não...
Eu deveria ter dito o que você significou para mim...
Mas agora eu pago o preço.


Em outra vida, eu seria sua garota.
Nós manteríamos todas as nossas promessas.
Seríamos nós contra o mundo.
Em outra vida, eu faria você ficar.
Então, eu não teria que dizer que você é aquele que se foi.
Aquele que se foi.


Aquele...
Aquele...
Aquele...


Em outra vida, eu faria você ficar.
Então, eu não teria que dizer que você é aquele que se foi.
Aquele que se foi.


É possível que canções de amor tenham feito toda uma geração sofrer?
Sofremos por que ouvimos as canções ou as canções fazem com que a gente sofra?
Essa música me faz pensar nos "E se..." da vida que deixamos escapar...
Será que a vida que vivemos é aquela que deixamos de ter? Ou é a que o acaso fez questão de nos dar?
Nossas escolhas nos determinam?
O que faríamos se tivéssemos uma máquina do tempo?
Concertaríamos tudo?
Essa música com toda certeza vai fazer com que todos aqueles que já se jogaram nos abismos vertiginosos da paixão e que perderam para a morte do relacionamento (no sentido figurado ou real) se identifiquem.
E Johnny Cash brinda com o blues da tristeza da separação.
Mas nada disso pode ser mudado, por que é só mais uma história que deixou de ser contada.
Mais uma narrativa que poderia ter sido e não foi.


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