segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A terapia do verde.

Bem, alguém homenageia árvores?
Eu homenageio.
Esse pequeno fragmento foi escrito para àquelas duas árvores que me aguentam há alguns anos...

"Quando meu mundo modificou - se, quando cheguei naquela rua tão deserta, não sabia o que esperar.
O sinal tocava e todos saiam.
Sentia - me peixe fora d'água, sem encaixe, sem lugar certo... 
E estavam sempre lá elas, tão sozinhas, já no fim da rua.
Eu tenho árvores terapeutas hoje.
Elas sabem meus segredos, meus medos.
Presenciaram coisas muito importantes em minha história.
Viram - me dar meu primeiro beijo, e o segundo, e o terceiro...
Viram - me chorar.
Ouviram conselhos a mim dados.
Derrubaram suas folhas sobre meu corpo como consolo.
Protegeram - me da chuva...
Quando achavam que eu poderia ir mais além, davam - me um 'empurrãozinho' furando - me com espinhos de seus ganhos (pena que quase nunca as ouço).
Proporcionaram brincadeiras, como jogar cascalho e folhas um no outro.
Tem até uns galhos baixinhos que foram feitos especialmente para pendurar a bolsa...
Trazem marcas consigo de muitas vidas que por ali passaram: "Rooh", "Ikki 08/08/08"
Foram cúmplices de notas baixas, enrascadas com a mãe, desejos, pedidos, devaneios, escritos, sonhos...
Doces e tempestuosas ações e recordações.
Sempre que vou chegando ao mesmo local todos os dias, há 5 anos, olho - as e vejo um filme passar defronte a elas, as coisas que fiz."


P.S.: Texto de autoria própria, em caso de uso para qualquer fim, credite.


Tenho afeto para com elas como se fossem pessoas.
Minhas árvores - amigas - irmãs.

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